quarta-feira, 14 de novembro de 2007

FOLHETINESCO

Próxima vida,
se vida houver e eu vier,
volto pedra, cão sem dono,
mascarada travestida,
algum fantasma, alma perdida,
meio espaço em descompasso,
calendário, pitanga, aragem,
mortalha, vento e voragem,
tango de gardel, literatura de cordel,
ampulheta, bracelete,
canivete, chocolate,
quadro de avisos, porta retrato,
estátua de cera, cetim barato,
figura adjacente,
diário adolescente,
qualquer coisa, coisa pouca,
geladeira, porra louca,
só não volto em outra vida
como gente,
dependente,
desse amor inconsistente.

24 comentários:

Anônimo disse...

e quem garante que todas as outras coisas não dependem tbm de algum tipo de amor?

beijo

Paulo Bono disse...

conheço uma pessoa que quer voltar como uma ararinha azul.

abraço, acantha

Paulo Bono disse...

Acantha, Acantha, gostei de suas críticas, menina. "detonar advogados é regra, não é criativo" foi de fuder, me derrubou mesmo.
quanto ao tempo entre uma postagem e outra...bem, é falta de tempo e de criatividade mesmo.

e não, as mulheres que sentam comigo num restaurante não espalitam os dentes, pelo contrário, odeiam tal hábito. estou fudido.

grande abraço, essa menina.

*Não se preocupe. Quando eu conseguir escrever outra história, eu posto. rsrs

o refúgio disse...

Acantha!Acantha!Acantha!
Adorei!Adorei!Adorei!
Beijos!Beijos!Beijos!

Anônimo disse...

Minha amiga,
Como eu, você não acredita em reencarnação e o faz de uma forma crítica, até irreverente, em versos que me acostumei a admirar. Um beijo.

Anônimo disse...

Volte como Acantha, na próxima e em todas, se outras houver. Avantha, com certeza, é única. Beijo

Moacy Cirne disse...

Já que não há outra vida, e tudo acabará com o nosso último suspiro, ficará a lembrança de seus gestos, de seus olhares, de seus amores, de suas dores e de poemas como esse belo "Folhetinesco". Um abraço.

Anônimo disse...

Sem garantias, ERIKA (comkesemacento...)

Anônimo disse...

Ah, PAULO... Se vida houver e eu vier, volto ararinha azul não.. Tá ameaçada de extinção...

Anônimo disse...

Derrubei nada, PAULO! Gente ótima não cai!

Anônimo disse...

SANDRA, SANDRA, SANDRA: eu te amo!

Anônimo disse...

Ah, FRANCISCO.. Que delícia ler seus comentários!

Anônimo disse...

Única é a RO DRUHENS, RO...

Anônimo disse...

Tão bom permanecer na lembrança de pessoas especialíssimas, MOACY...

Priscila Lopes disse...

Meus olhos bateram
na tela e dispararam
para a leitura, ou dis-
pararam no poema - moeu
tudo aqui por dentro: cala.
O silêncio das tuas palavras
exalam sons íntimos penetrantes.

E eu gostei do ritmo.



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Flávio disse...

Gostei. Mas vc vai voltar como gente, sim... e do amor todos nós dependemos. Sorry :)

vieira calado disse...

Oh, um destes dias você estará livre desse amor inconsequente! Assim o espero, se você assim o queira.
Não vai ser preciso nascer outra vez!
Beijinhos

Anônimo disse...

Poesia de qualidade. Difícil de encontrar - aqui, ali ou acolá. Congratulações.

Anônimo disse...

Obrigada, PRISCILA. Eu conheço o Cinco Espinhos!

Anônimo disse...

Mas o amor depende de nós existirmos, FLÁVIO...

Anônimo disse...

Ah, VIEIRA...Amores inconseqüentes são facilmente resolvíveis, querido.
E esquecíveis.
E geram poesia!

Anônimo disse...

Muitíssimo grata, GERVÁSIO!!!

Anônimo disse...

"calendário, pitanga, arangem". não sei por quê essa parte me pegou. tem até perfume ;)

Anônimo disse...

Cheiros marcam, ALEX...