terça-feira, 9 de setembro de 2008

SONHO Nº 3


Abro minha caixa de guardados
e entre recortes e fragmentos,
deixo partir o que não fomos,
não pudemos.


Olho além da imagem
e calo silêncios e desejos,
para que durem as palavras

e o que não tivemos.

Deixo que se esvaiam
pelos mares
meus mapas indecifrados.


Naufrago na idéia do teu ser.

Quero sim esquecer.
Mas não posso mais.








segunda-feira, 4 de agosto de 2008

LAMENTO


Resisto ao impulso de te procurar.
Entre velhas palavras e opacas sensações,
pensamentos sem respostas e lembranças vagas.
Viro a página sem histórias nem memórias,
interrompendo sinais e poemas inexistentes.
Guardo destinos não cumpridos
e evoco o segredo que teu silêncio cala.
Delicados afetos se transformam
em cinzas e doçura, perdas e procuras,
porque a noite chega.
E dorme comigo o impulso de te procurar.

terça-feira, 29 de julho de 2008

ERRANTE


te alicio

em rituais de insônias,
bálsamos e errâncias,
travos e litanias.
me confundo,
insanamente.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

~.~.~.~.~.


Eu e você...
Com quantas palavras
se faz poesia?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

VAZIOS


Um certo gosto de passado,
do que não foi
não poderia ser
não se fez
não cumprimos.
Ficamos.
Sem o adeus que fere
e encerra.
Sem talvez
ou rituais ordinários.
Sem perdas.
Nem partidas.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

CIRANDA


E entre gestos e infinitos
exercito meus desertos
desconcerto caminhos
alinho momentos
avento silêncios
grito ausências
devasso pontes.
Incapaz de possíveis,
me encontro enfim
perdida neste abismo de mim.





domingo, 20 de janeiro de 2008

CANTO


Desato o íntimo em nós,
timbre de acalanto
encantos
um gosto entre as pernas,
um gesto,
trinco,
tranço
longos atos,
desnudo ecos
olhos, roupa
laço e anel.
Sorrio.
E despedaço
insólitos fatos.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

TRAÇOS


Desdenho a noite
indeslindável,
lembro do esquecimento
abandono a ausência
desaprendo o silêncio
cedo ao apelo da sede
apago o pouco -
litanias.
confidências.
lapsos.
artimanhas.