quarta-feira, 30 de maio de 2007

SENTIR

Me abro
para que apares
o sabor do sal.
Ato entreatos

ESCOLHA

Claro que a terra vai comer
ou o fogo vai queimar.
Mas você não.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

FALSA

Tua língua quente chicoteia
e profana o sagrado
no meu corpo,
arrancando o gozo
do animal sedento
que eu não me sabia.
Mas queria.

ACESSO NEGADO

nunca mais tua letra
no meu corpo.
esqueci a senha.



segunda-feira, 21 de maio de 2007

MARINHA

me afogo em maré e silêncio
noite alta
melancólica-mente.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

VAGANTE

os sonhos
(in) possíveis
não me deixam adormecer.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

LUNAÇÃO

apaguei minha lua
nova.
estou cheia.

ELE

sou desse homem.
desse homem que me come pontualmente
nos dias em que me permito esquecer a mesmice
do sexo manso e monótono e abro as pernas
para a rapidez do ato eleemcimaeudequatroacabou.
para o sexo que ele sabe não bastar,

desde o dia em que esqueci de gemer.
sou desse homem que me mantém na suave petulância da classe média, super às terças, pizza no sábado, fantástico domingo...
desse homem que desconhece as tardes mornas em mãos estranhas nas minhas entranhas,

nos meus labirintos de se perder de medo.
desse homem que só vê o rosto que lhe mostro,
o corpo que lhe empresto no cotidiano insosso e áspero.
o corpo forqueado que sente tanto e tantos,
que interroga e duvida e declara e pede e exclama -

mas não.
desse homem, senhor dos meus hábitos – mesmo olhar
mesma roupagem – carro novo, flor em datas
eu sorrindo, alma falsa.
mas sou desse homem.
tão e tanto.

domingo, 13 de maio de 2007

FALSO

eu desatino e destruo

e te minto que não gozo

finjo que finjo - você em mim

noite desinventada

SECRETAR

O que te mantém teso e tudo

é o que libero no corpo escancarado

ancas atracadas, gozo vadio

eu. falo.

sábado, 12 de maio de 2007

ABERTURA...

Tua mão em busca,
devassa meu lado ínvio
enquanto me derramo
gozo e lágrimas

segunda-feira, 7 de maio de 2007

INTERIORES..

não há como explicar que não existam sentimentos dentro de mim.
só a infindável pena pelas minhas penas.
espero que de alguma forma, algum dia, a noite amanheça...

INTERIORES..2

Deitei com o sonho.
Acordei prenha de realidade.
Pari a dor.