quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

ENTREGA

Insensata,
escrevo teu rosto na mente
e desfaço a fronteira
onde deixo de fazer sentido.
Desenho teu corpo a descobrir,
numa tela com as cores
de silêncio e devaneios.
Invento tua voz
e ouço as palavras com que me enganas.
Percebo as mãos com que adentras
fendas e angústias
e fantasio o sabor da tua boca
num desejo clandestino...

Me entrego ao talvez.
Faminta.

22 comentários:

Francisco Sobreira disse...

Oba, hoje estou com sorte. É o segundo blogue de uma amiga em que sou o primeiro a comentar. E embora sei que virão comentários mais abalizados, quero lhe dizer, querida Acantha, que, como sempre saio daqui de mãos cheias de versos inspirados, como, entre outros, o segundo. Beijos.

Anônimo disse...

Querido, muito querido FRANCISCO! Um comentário seu é sempre um grande presente meu amigo!!! Muitíssimo obrigada mesmo!!

Natália Nunes disse...

Ah, Acantha, que a entrega seja recíproca :)


Beijos, querida.

Fernanda Passos disse...

Linda poesia Acantha. Gosto muito de teu modo intenso de escrever. Aliás, dizem que tenho esse estilo. Fico feliz em ver outros escritores aflorando essa explosão que existe em nós.

E sobre o seu comentário no Poesia na Veia, respondi lá mesmo. Mas como não poderia deixar de te desejar um ano de intensas realizações e força p enfrentar os obstáculos que a vida nos apresenta, vou colocar aqui p vc ler tb.

Um beijo Grande.



Bem, não conheço os artigos Acantha, mas vc pode me apresentar. Certamente gostaria de lê-los. A concepção de a vida começa e termina com a própria vida, segundo meu pensamento, deriva dos longos estudos que sempre fiz sobre o materialismo histórico-dialético(fundamentalmente), mas, também, de meus intensos estudos sobre o pensamento de Hannah Arendt, principalmente a sua obra chamada A Condição Humana. Embora a autora não tenha deixado esse pensamento explícito no livro que citei, fala de uma categoria chamada natalidade. Para ela, a natalidade é o princípio, o novo, a possibilidade de algo radicalmente original vir ao mundo, ou seja: a própria vida, o nascimento de cada um de nós.
Minha monografia de graduação não está na net( ao menos que eu saiba), mas tenho ela digitalizada. Discorro bastante sobre essa questão na mesma. Se tiver interesse, posso enviar pra vc.

Anônimo disse...

Sabe que estou quase desejando essa entrega, NATÁLIA querida??

AB disse...

Principalmente por saber que você prefere outros poetas (ops!!! ato falho: sempre digo que não sou poeta..), um elogio seu é sempre bem-vindo, FERNANDA!
E fique com o crédito das explosões que afloram em outros escritores: não sirvo de modelo sequer para mim mesma...
Retribuo seus votos de intensas realizações, mas dispenso os obstáculos - quero calmaria...
Quanto aos artigos, tenho certeza que você os encontra na net sem minha ajuda e, obrigada pela aula, mas referi-me tão-somente à frase: "O único começo que admito na vida: A própria vida", que eu já encontrara, sem saber que era sua.
Quanto à sua monografia, claro que gostaria de ler. Assim que compromissos anteriormente assumidos o permitam, peço para você enviá-la, querida.
Publico o comentário no seu blog também, especialmente para desejar que você tenha um 2008 muito feliz e criativo!!

Flávia disse...

Entregar-se ao talvez. Quiçá a entrega mais urgente e indiscutivelmente entregue, posto que se vai de olhos fechados e peito aberto ao encontro de um querer etéreo, embora palpável.

Cheguei aqui através do blog da Natália. Sabe quando nossos olhos vão de encontro a um determinado algo, e não conseguimos nos desviar da vontade desse algo? Pois é, foi assim com seu link. Benditos olhos que me trouxeram até aqui.

Lindo escrito...

Beijos

Vais disse...

Olá Acantha,
super feliz 2008 pra ti e os teus, e que continuemos nos encontrando por meio dos fios.
Entrega
Faminta
que bacana!
beijos

AB disse...

Que comentário delicioso, FLAVINHA!!! Muitíssimo obrigada! Assim que voltar das férias vou conhecer seu espaço, aguarde!!!

Anônimo disse...

Se você estiver comigo, 2008 vai ser ótimo, VAIS querida, com certeza!!!

vieira calado disse...

Misterioso, intrigante, bem escrito,
abrindo um janela de emoções.
Um abraço.

Flávio disse...

Entregar-se ao talvez... a melhor forma de viver, talvez! ;) Bjs, boa semana

Ane Brasil disse...

é, amiga, cada um acredita naquilo que quer... e às vezes é tão bom acreditar num cafa...
Sorte e saúde pra todos!

Anônimo disse...

estou aprendendo a me entregar, acho que pra isso tenho tanto o que desaprender...

o refúgio disse...

sabe qualé o meu problema? estou sempre disposta a me entregar por inteira mas só encontro amantes que só se entregam pela metade...

Gustavo Chaves disse...

oh! vc cada vez me supreende mais!

Anônimo disse...

Mais um elogio que me envaidece, VIEIRA querido..

Anônimo disse...

O melhor da vida é o talvez, FLÁVIO...

Anônimo disse...

Acreditar num cafa... Entendo, ANE...

Anônimo disse...

É um processo rápido, "J". Levamos apenas a vida toda para desaprender...

Anônimo disse...

Você ainda não encontrou quem a mereça, SANDREVSKY...

Anônimo disse...

Positiva ou negativamente, GUSTAVO??